Não é fácil fazer resenha de livros quando se está acostumada a escrever resenhas de animes e games, afinal são mídias diferentes para se contar histórias. Quando houver algum spoiler, eu avisarei, assim aqueles que não leram não perderão sua experiencia quando pegarem o livro.
O livro foi lançado em 2013 pela editora Novo Século, e foi escrito por Graciele Ruiz.
História
Como é um livro, prefiro transcrever o que está na sua contracapa para evitar spoilers nesse momento.
Lícia se sentiu muito sozinha quando seu avô morreu, deixando uma chave e um pedido. Essa chave abria uma caixa muito poderosa, capaz de fazer viver, novamente, um planeta já morto: Datahriun. Porém, ela só poderia ser aberta por cinco chaves. Aquela era apenas uma delas, e o ultimo pedido de seu avô era para que Lícia as reunisse e encontrasse os seus guardiões. Desse modo, eles poderiam fazer o que ninguém havia feito antes.
Ou seja, o avô de Lícia passou para frente a sua missão, uma vez que ele já estava velho e com o pé na cova, e agora ela precisa encontrar os outros guardiões para salvar o seu mundo. O problema é que ela não pode revelar isso para ninguém, já que tem muitos mal intencionados que farão de tudo para obter a chave para seus planos malignos. Isso dificulta muito sua procura, pois ela também não sabe sequer o rosto dos outros guardiões e onde eles se encontraram, mas fará de tudo para cumprir sua promessa para o avô.
Estas chaves foram enviadas por Seslaian, o maior mago de todos os tempos, conhecido com o Senhor da Luz, que foi quem guardou-as em um templo protegido por magia branca. Infelizmente ele morreu, mas conseguiu enviar cada uma das chaves para uma pessoa de coração puro em clãs diferentes para que se unam e cumpram sua missão.
Lícia é perseguida por um homem que sabe que ela possui uma das chave, e que fará de tudo para obtê-la. A missão dele é levar aquele objeto para uma feiticeira poderosa, cujo objetivos obscuros estão ligados com o passado de Datahriun.
Sobre o Livro
A história se passa em um mundo diferente do nosso, com diferentes raças e suas peculiaridades. Lícia faz parte do clã Kan, de humanos alados. Ela é insegura, ingenua e as vezes birrenta, mas conforme a história anda, aprende com sua jornada, crescendo como personagem. Junto de sua nova amiga Nahya, ela também aprende a controlar seus poderes de vento.
Nahya é uma garota de Akinus e um dragão como companheiro animal. É dedicada no que faz, destemida e séria, e muita vezes acaba sendo a razão do grupo. É uma guerreira que utiliza espada e sabe controlar seus poderes de fogo em batalha. As vezes é cruel quando o assunto é derrotar o inimigo. Tá, não é tão cruel assim, mas ela faz algumas coisas tensas com seu poder.
Seu dragão, Layer, convive com ela desde a tenra infância, e ambos se comunicam por pensamentos. Ele aparenta ser orgulhoso, principalmente quando o assunto é voar ou lutar.
Vemos aqui o ideal de Bem vs. Mal, tendo o falecido Seslaian, as chaves e seus guardiões como representantes do bem, enquanto Trayena e seu servo são o mal. Ou seja, a história é maniqueísta, mas isso não é uma coisa ruim, afinal, O Senhor dos Anéis utiliza esse tipo de idealismo. Como a historia ainda não terminou, ainda veremos como a autora trabalhará em cima desse conceito.
Os clãs são bem diferentes. Enquanto as pessoas do clã de Kan tem asas, as pessoas de Akinus possuem ou escamas em alguma parte de seu corpo ou penas de fênix em seus cabelos, e são os unico, até o momento, que possuem algum companheiro animal desde a nascença. Há outros clãs que aparecem no livro, e todos possuem uma caracteristica única, mas todos tem algum tipo de relação com os demais, seja de ódio, amizade, neutralidade, etc, com os fatos que ocorreram por anos entre eles, como guerras, tomadas de territórios, culturas que não se batem, entre outras coisas.
Mas o problema do livro é a escrita. Infelizmente ele não é bem escrito, fazendo com que esse mundo que a escritora criou fique bem raso, deixando alguns conflitos entre os clãs superficiais e bobos.
O exemplo que posso apontar, e que pode ser um spoiler para quem ainda quer ler o livro, é justamente a guerra entre o clã de Kan e o de Akinus, que ficaram por anos lutando um contra o outro, até que, após a morte do rei de Kan, seu filho e herdeiro do trono acabou com a guerra. A rainha de Akinus simplesmente entregou seu trono para ele e todos estão vivendo felizes com a aliança e sua população não demonstra remorsos por conta da guerra. Isso acaba deixando a história dos clãs um tanto superficial, uma vez que não existem conflitos internos graças a guerra que durou mais de uma década.
Não digo que isso é culpa da escritora, uma vez que quando se escreve, você vai colocando as ideias no papel, e aqui entra o trabalho dos editores e revisores, que estão ai para ajudar o escritor a evitar esses erros, corrigir a gramática, palavras erradas, pois parece que simplesmente publicaram o livro sem dar o devido cuidado.
Ah sim, a editora poderia melhorar na qualidade do livro, o meu já está com a capa voando e estou com receio de folhas saindo, e olhe que eu cuido muito bem de minhas coisas, principalmente aqueles que tem um toque especial, como esse livro que tenho o autografo da escritora. Pelo menos as folhas são amareladas e as letras medianas, o que não cansa a vista.
Minha Opinião
Eu gostei do livro, gosto de histórias clichês e de fantasia, principalmente se tiver uma pegada medieval com espadas, seres fantásticos. Por gostar de RPG, isso influencia bastante em meus gostos. Apesar dos problemas, você ainda conseguirá ler, se relevar que terá que voltar alguns trechos da leitura.
Alias, não consigo imaginar Lícia como deveria, acabei associando ela com a menina da capa, só acrescentando uma asa que tem o dobro do tamanho dela, ao contrário do que é descrito no livro (asas medianas). E principalmente as fadinhas, que independentemente da obra, seja uma história da Barbie ou Harry Potter (tem fadas lá?) não consigo imaginar fadas diferentes de Puck, de mangá Berserk, e olhe que nem fada ele é! Talvez eu goste de imaginar fadas peladas e assexuadas. Mas isso é frescura minha, ignore...ou então imaginem como eu.
Eu recomendo o livro mesmo assim, principalmente se você gosta de histórias de fantasia simples, e espero que a escritora continue com o trabalho e sempre melhorando sua escrita e narrativa, afinal, este é o seu primeiro livro.