quinta-feira, 18 de junho de 2015

Catherine

14:00:00 Escrito por Nyu , ,

Quantos jogos de puzzle com uma história profunda e madura você conhece?

Criada pela Atlus, a mesma que fez Persona, Catherine é um jogo que possui uma temática mais adulta em um gênero muito escasso no mercado: o puzzle, unindo ambos de modo original e totalmente diferente dos que encontramos por ai. Posso dizer que foi arriscado a Atlus lançar esse tipo de jogo, tanto pelo seu gênero ser pouco utilizado quanto pela temática que se apresentou com conteúdo sexual. No entanto, o jogo se mostrou diferente do que se esperava, já que poderia ser um típico RPG genérico, surpreendeu por sua jogabilidade e história.

A temática de Catherine vai além do conteúdo sexual, que alias, não é tanto quanto parece ser. Ele se aprofunda nas relações amorosas humanas, indo para um ponto que pouco se aprofunda em games: nas pessoas, o que faz o jogo ter um tom maduro e diferente dos demais.

História

Esta é a história sobre a vida de Vincent Brooks, um homem de 32 anos que está em um relacionamento com Katherine há um bom tempo, e as vezes se encontra com seus amigos no bar Stray Sheep. Ele leva uma vida comum até o dia em que tem um estranho pesadelo, e as coisas parece mudar. Katherine começa a falar sobre matrimonio, e mortes estranhas começam a ocorrer na cidade. Todas as vítimas são homens na faixa de trinta a quarenta anos, que morrem durante o sono com expressão de horror no rosto. Os rumores dizem que todos eles tiveram pesadelos na noite anterior.


Se vendo nesse momento desesperador, Vincent acaba encontrando uma jovem e bela moça chamada Catherine, e embriagado, acaba dormindo com ela. É nesse ponto em que sua vida piora: enquanto sofre um ultimato de Katherine sobre avançar no relacionamento e ter um casório, Catherine o atrai pela sua sensualidade e independência, querendo namoro a série com ele. Além disso os pesadelos do rapaz pioram a cada dia. E tudo isso ocorre dentro de uma semana.

Dá para ver a confusão em que Vincent entra, e os problemas gerados que advém desse relacionamento conturbado com Katherine e Catherine, e aqui entra um dos fatores mais legais do jogo: as escolhas que o jogador pode fazer. Essas escolhas influenciam na história e seu desenvolvimento, assim como no final, que são 8, sejam eles bons, ruins ou o verdadeiro.

Sobre o jogo

As escolhas podem ser feitas quando se conversa com os personagens no bar Stray Sheep, que durante essa semana de pesadelos, é diariamente frequentada por Vincent e seus amigos. Assim como conversando com K/Catherine por celular, e melhorando sua relação com elas... ou não, o que decidirá o final que você terá.

Existe uma barrinha de mede seu carma, sendo o vermelho representando a liberdade, e o azul, a ordem, então não significa que se a setinha está no vermelho o final será ruim, ou vice versa, mas sim, um bom final sobre a liberdade.

O gameplay se divide em duas partes: a do pesadelo e a do bar. O bar é a parte mais tranquila do jogo, aonde você pode explorar a história conversando com as pessoas, conhecendo também suas vidas, personalidade e ajudando de alguma forma nos pesadelos das mesmas.

Há um mini game da Rapunzel em um fliperama, que utiliza o mesmo sistema do pesadelo, de empurrar e puxar blocos até chegar no ponto final, ótimo para treinar e descontrair, sem toda a pressão que o pesadelo traz. Dentro desse bar você pode também ouvir musicas do jogo e algumas, inclusive, são de Persona. E a música é um dos melhores elementos, tanto que você ouve músicas clássicas remixadas, como Dvorak, Beethoven, Chopin entre outros.

A segunda parte do jogo são os puzzle durante os pesadelos, e é justamente a parte que faz o jogo ser diferente de muitos. No quebra cabeça você simplesmente precisa subir uma torre de blocos até a porta que se encontra no ultimo andar. Para poder escalar, você precisa mover os blocos para formar escadinhas, puxando ou empurrando até formar uma passagem. Parece fácil até o momento em que os blocos começam a apresentar desafios como se tornar escorregadio para lhe fazer cair para a morte, armadilhas mortais entre outras surpresinhas que te fazem pensar mais rápido para não ganhar um “Love is Over”. Mas não só os cubos lhe fazem ter que pensar rápido: no final de cada estágio há um chefão cujo único propósito é fazer você se desesperar e subir o mais rápido possível para a porta e sair daquele pesadelo.

Muitas vezes a morte é inevitável, pois uma única mexida fora do lugar pode atrapalhar a escalada, sendo necessário tentar de várias maneiras até conseguir chegar na reta final.


Dentro dessa torre há alguns carneiros e, prestando atenção, dá para saber quem é quem pelas suas características. É importante para a trama conversar com eles, já que aqui ainda há decisões a tomar, o que fará diferença no final.

Explorando o jogo dá para descobrir muitas coisas interessantes, como as bebidas e suas histórias, por exemplo.

A parte gráfica remete a animes, intercalando muitas vezes os CG's com cenas em anime, que fãs de animação japonesa vão adorar. As cores e os gráficos dentro do jogo são bonitos e bem desenhados. A única coisa que peca é o ângulo da camera quando está subindo a torre dos blocos, que pode atrapalhar quando está nas “costas” da mesma, e os comandos inverterem, podendo criar problemas na movimentação.

Minha Opinião

No geral, é um ótimo jogo com uma trama muito boa, além da jogabilidade ser diferente da usual, trazendo um grande destaque ao gênero puzzle. Os personagens são carismáticos, o que nos prendem cada vez mais. Alguns podem torcer o nariz ao pegar a versão americana por conta da voz, mas a versão em inglês tem uma ótima dublagem.

Quem joga conectado na internet, ao responder as perguntas do confessionário, pode compara-las com a dos outros jogadores, e outra coisa legal é que a capa do Xbox 360 e do Playstation 3 são diferentes, com Katherine ilustrando aprimeira e Catherinea a segunda.

Se você gosta de um jogo diferente do casual,  que usa raciocínio rápido, Catherine é recomendadíssimo! Mas lembrando que é um jogo com um tema adulto, o que pode desinteressar muitos jovens adolescentes. Mas se você não é desses que gosta somente de explodir a cabeça de zumbis, e adora história, que alias, considero a base de um jogo, e o desenvolvimento desta como o pilar que sustenta e trás boa fama ao título.