E com essa frase de inicio, eu já dou o tema do jogo. Eu nunca tive o prazer de jogar qualquer titulo da série Silent Hill, apesar de ter lido muito sobre a história dos jogos lançados até hoje. Desenvolvido pelo estudio Vatra e publicado pela Konami, Silent Hill Downpour foi lançado em 2012, para Xbox 360 e Playstation 3, um dos primeiros da série que tem suporte 3D.
História
História
Neste capítulo, a história gira em torno de Murphy Pendleton, prisioneiro que estava sendo transferido para uma prisão barra pesada, e o ônibus da penitenciária ia passar por Silent Hill... qualquer lugar que você vá e tenha a dita cuja no meio do caminho, não é bom sinal.
Ele e mais três detentos seguiam em um onibus, sendo vigiados por Anne Cunningham, uma policial que tem algum problema com Murphy, mas este não faz ideia do motivo. Depois de se distrair com uma discussão causada no ônibus, o motorista se depara com uma estrada destruída e capota o veículo, fazendo com que todos entrem em Silent Hill na região sudeste, até então nunca explorada em outros jogos. Não que alguém realmente deseje explorar essa cidade. Murphy não é um exemplo de pessoa, principalmente ao inicio do game, assassinando a sangue frio um homem que, até o momento, não sabemos a relação com o passado sombrio do protagonista, assim como o asco que a policial tem por ele.
Sobre o Jogo
Sobre o Jogo
Chove muito em Silent Hill. Com fortes trovoadas e uma quantidade considerável de água para atrapalhar nossa visão das coisas a frente, muito pior que a simples neblina dos jogos anteriores. Silent Hill Downpour mostra as consequências que a vingança pode trazer para uma pessoa.
O jogo nos dá ótimos sustos, principalmente no inicio quando ainda estamos nos acostumando com o clima do lugar. Os monstros conseguem nos fazer pular da cadeira várias vezes, aparecendo repentinamente atrás de Murphy, pulando em cima dele ou coisa parecida. As vezes o cenário faz questão de te assustar com alguma coisa se mexendo ou caindo quando você passa.
Mas o próprio clima sombrio do jogo já cria uma atmosfera opressora, deixando-nos nervosos enquanto caminhamos a procura da saída daquela cidade.
Assim como nos outros jogos, os monstros tem sua representação sobre o passado ou a personalidade de Murphy. Se você não jogou ainda e não quer receber spoilers, pule os parágrafos seguintes e continue lendo após a imagem de um carteiro.
Mas o próprio clima sombrio do jogo já cria uma atmosfera opressora, deixando-nos nervosos enquanto caminhamos a procura da saída daquela cidade.
Assim como nos outros jogos, os monstros tem sua representação sobre o passado ou a personalidade de Murphy. Se você não jogou ainda e não quer receber spoilers, pule os parágrafos seguintes e continue lendo após a imagem de um carteiro.
Bogeyman é a figura recorrente que atormentará Murphy e Anne durante toda a história. É uma ilusão criada a partir da tentativa de um indivíduo de racionalizar seus crimes, tentando culpar inteiramente os outros pelos próprios erros. Ele pode representar a autodestruição que a busca por vingança causa. Murphy acredita que o assassinato de Napier e seu acordo posterior para matar outro homem foram aceitáveis ou justificáveis. Anne também vê o Bogeyman, pois culpa Murphy pelo assassinato de seu pai, e acredita que isso é o suficiente para tirar o peso de sua consciência ao tentar matá-lo.
Doll e Shadow, respectivamente, representam o sofrimento que Murphy sente pelo assassinato de seu filho e seu desejo de vingança. Enquanto o ódio e desejo de vingança (Sombra) o distrai, a culpa e a dor da perda (Boneca) o ataca. Já a aparência em si pode representar tanto o assassino que se focava na beleza e sexualidade das vitimas, quanto a repressão sexual de Murphy durante a prisão.
Monocle Man representa John Sater, que se considerava ou era considerado por Murphy como um monstro. Isso é sugerido por aparecer nas cavernas onde o trem descarrilhou, causando o acidente que lhe encheu de culpa. Ele é hostil com Murphy porque esse não reconhece sua culpa sobre a morte de Patrick Napier. O monoculo-holofóte pode representar o medo que Murphy tem da conversa que podia expor seus crimes passados.
Juggernaut representa o medo que Murphy tem de outros presos. Também representa o medo que ele tem de si mesmo, de seus crimes, e de como se vê como um monstro. A agressividade e força representam as pessoas influentes e poderosas.
Minions representam brigas e tumultos entre detentos e gangues na prisão. O aparelho de metal que segura seus olhos e o sorriso eterno podem representar a administração controversa de injeção intravítrea e de drogas, que deixam mesmo os mais violentos em estado dócil, simbolizados pela falta de controle e ao seu estado de espirito. Sobre os medos de Murphy, eles provavelmente representam o aumento da brutalidade e a vontade de matar que ele adquiriu.
Minions representam brigas e tumultos entre detentos e gangues na prisão. O aparelho de metal que segura seus olhos e o sorriso eterno podem representar a administração controversa de injeção intravítrea e de drogas, que deixam mesmo os mais violentos em estado dócil, simbolizados pela falta de controle e ao seu estado de espirito. Sobre os medos de Murphy, eles provavelmente representam o aumento da brutalidade e a vontade de matar que ele adquiriu.
Weeping Bats são criaturas que vivem em cavernas embaixo de Silent Hill. São animais que tem medo da luz, e atacam humanos, embora não existam registros sobre isso. Pode representar o medo de Murphy de autoridades e da cadeia. Também pode ser o medo de outros presos, e sua eterna vigilância para não ser atacado. Normalmente são encontrados encolhidos, mas quando se sentem ameaçados, se levantam e vão para cima. Quando não estão sob ameaça, normalmente olham constantemente sobre os ombros, como se esperassem que algo viesse apunhalá-los.
O Void pode ser uma manifestação da culpa de Murphy por seus crimes. Na primeira perseguição, é possível ouvir Frank Coleridge dizendo “Você não pode fugir de si mesmo, Murphy”. Também pode significar seu lado negro, que ameaça consumi-lo. Algumas interpretações dizem que representa o conceito pós-freudiano de Thanatos, que personifica o desejo de destruir a si mesmo, por ser mais fácil que lutar para viver e aceitar a culpa por suas ações. O Void pode, por fim, ser o sofrimento de alguém que perdeu uma pessoa muito querida, tornando-o vazio.
Screamer representa varias coisas. Entre elas as sirenes da prisão e da policia; uma vitima de assassinato, com o corpo putrefato e os gritos que este soltou enquanto lutava; o medo que Murphy tem de encarar sua mulher, que acredita que seja ele o culpado pelo assassinato do filho. Também pode significar a psiques de Sanchez, um possível estuprador que estava sendo transferido junto com Murphy. Seu rosto é esticado e deformado, que pode significar que ele espancou alguma das vitimas ao ponto delas precisarem fazer reconstrução facial. O casaco de carne, mais rasgado perto da altura dos seios, sugere violência sexual e sadismo.
O Void pode ser uma manifestação da culpa de Murphy por seus crimes. Na primeira perseguição, é possível ouvir Frank Coleridge dizendo “Você não pode fugir de si mesmo, Murphy”. Também pode significar seu lado negro, que ameaça consumi-lo. Algumas interpretações dizem que representa o conceito pós-freudiano de Thanatos, que personifica o desejo de destruir a si mesmo, por ser mais fácil que lutar para viver e aceitar a culpa por suas ações. O Void pode, por fim, ser o sofrimento de alguém que perdeu uma pessoa muito querida, tornando-o vazio.
Screamer representa varias coisas. Entre elas as sirenes da prisão e da policia; uma vitima de assassinato, com o corpo putrefato e os gritos que este soltou enquanto lutava; o medo que Murphy tem de encarar sua mulher, que acredita que seja ele o culpado pelo assassinato do filho. Também pode significar a psiques de Sanchez, um possível estuprador que estava sendo transferido junto com Murphy. Seu rosto é esticado e deformado, que pode significar que ele espancou alguma das vitimas ao ponto delas precisarem fazer reconstrução facial. O casaco de carne, mais rasgado perto da altura dos seios, sugere violência sexual e sadismo.
Tormented Soul são as pessoas inocentes que sofreram pelas ações de Murphy. Ao joga-las contra um Void, representa o sacrifício de seres inocentes para sua conveniência. Wall Corpse é o modo como Murphy esta preso a seus pecados, e seu modo de agir, atacando quando chegam perto, mostrando o modo como Murphy é frio e distante com as pessoas.
Sobre a cidade, por causa das side missions encontradas, percebemos que um dia ela foi habitada, mas as únicas pessoas que estão ali agora são o misterioso carteiro, a freira do orfanato, Dj Ricks, Cunningham e o próprio Murphy. As vezes temos a sensação de que existem pessoas escondidas entre os escombros das casas. Apesar de ser uma cidade bem construída, o jogo peca em vários momentos, principalmente na questão de frame rate.
Haverão momentos em que o jogo travará, e as texturas e objetos demoram para carregar em alguns pontos, principalmente ao ar livre. A chuva e a neblina falham em alguns momentos em dar a sensação climática. Apesar disso, os efeitos de água são bem feitos, notamos que a roupa de Murphy fica com aspecto molhado, assim como os clarões de trovões, a pouca visibilidade quando cai um pé d'água pesado, ou quando passamos por uma poça. Não é a toa que o título recebe esse nome, a água é um elemento fundamental em Downpour.
A transição de um mundo para o outro é de arrepiar, pois ai você sabe que a coisa está feia, e ficará se perguntando que merda o senhor Murphy Pendlenton fez para ir parar nessa cidade, nessa situação. O mundo paralelo tem sua beleza peculiar, um lugar solitário e desesperador que lhe deixará inquieto enquanto tenta arranjar um jeito de sair de lá.
Existem vários enigmas pelo jogo. O jogo dá duas opções de dificuldade: uma apenas para a jogabilidade, e a outra apenas para os enigmas, então caso não seja fã de resolve-los, pode deixa-lo no Easy e se concentrar na história.
A trilha sonora é ótima, levando rapidamente o jogador a sentir que realmente está em Silent Hill. Ela se encaixa perfeitamente em todos os momentos, e as vezes ela apenas não está lá. O som ambiente pode nos deixar aflitos sem saber o que podemos encontrar na próxima esquina ou no momento que abrirmos a porta para um novo local.
Mas demora para se afeiçoar ao personagem principal. Ele quase não tem expressão facial, e pouco sabemos como ele está reagindo em relação sobre todos os acontecimentos antes e depois que ele chegou em Silent Hill. Em contrapartida, sua dublagem é ótima, e é por ela que nós entenderemos como ele está se sentindo sobre os assuntos e revelações que lhe são apresentados. E isso segue para os outros personagens que surgirão pela frente.
Algo importante é que Murphy pode atacar os inimigos. Ele pode usar alguns objetos espalhados pelo cenário como pás, pedaços de madeira, barra de ferro, ferramentas em geral e uma o outra arma de fogo que eventualmente é encontrada pelo jogo. Ela funciona bem, e levando em conta que estamos em um lugar nada agradável, Murphy não é um exímio lutador que conseguirá bater nos inimigos toda vez que você apertar o botão. De um lado isso traz uma preocupação com a segurança do personagem, por outro, as lutas podem acabar sendo excessivas e quebrando o clima que o jogo deveria manter.
Como de praxe, há vários finais: o verdadeiro (que alias, eu consegui fazer de primeira), o falso, o ruim, o pior e o engraçado, como nos outros jogos da série, sempre modificados pelas suas escolhas e ações durante o jogo. As escolhas são pouquíssimas, mas o suficiente para modelar um pouco a personalidade de Murphy.
Silent Hill Downpour é um ótimo jogo de suvivor horror, tem uma história magnifica, macabra e revoltante após descobrirmos cada detalhe. Nos faz pensar se a máxima de seu Madruga realmente não está corretíssima. Mesmo com vários problemas, o jogo é uma ótima pedida para quem gosta de histórias complexas, quem é fã da série ou de suvivor horror, ou ambos.
"Este sou eu. Sempre fui o meu pior inimigo, aquele que sempre estraga e coloca os outros para baixo. Tentei muitas vezes começar de novo e encontrar meu caminho para a paz, mas depois... Voltar e ouvir o Capelão dizer que eu não deveria me punir, mas é a única coisa que resta sob meu controle. Talvez esse lugar horrível seja exatamente para onde eu tinha que ir todos esses anos."